ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 01.10.1998.

 


Ao primeiro dia do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta e três minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Euclides Fagundes Filho – Bagre Fagundes, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 126/98 (Processo nº 2542/98), de autoria do Vereador Pedro Ruas. Compuseram a MESA: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Coronel José Roberto Rodrigues, representante da Secretaria de Justiça e Segurança; o Senhor Luiz Carlos Levenzon, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil; o Senhor Antônio Augusto Fagundes, Presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore; o Senhor Euclides Fagundes Filho, Homenageado; a Senhora Marlene Fagundes, esposa do Homenageado; o Vereador Pedro Ruas, na ocasião, Secretário “ad hoc”. Também, foi registrado o recebimento de correspondência alusiva à solenidade, de autoria dos Senhores Isnar Ruas e Glênio Lemos. Ainda, foi registrada a presença da Senhora Margareth Costa Moraes, Secretária Municipal da Cultura, em férias, e do Senhor Ricardo Lima, Secretário Municipal de Cultura, em exercício. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Pedro Ruas, em nome das Bancadas do PT, PTB, PSB e PFL, saudou o Homenageado, discorrendo sobre as atividades profissionais do Senhor Euclides Fagundes Filho, em especial na área do Direito, e salientando sua importância para a valorização e divulgação da cultura gaúcha. O Vereador Nereu D’Ávila, em nome da Bancada do PDT, analisando as exigências regimentais relativas à concessão do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, discorreu sobre a atuação profissional e política do Homenageado, afirmando a justeza do Título hoje a ele concedido. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, prestou sua homenagem ao Senhor Euclides Fagundes Filho, lembrando música de autoria desse artista, intitulada “Canto Alegretense”, a qual classificou como “uma das mais inspiradas e autênticas composições gaúchas de todos os tempos”. O Vereador Sebastião Melo, em nome da Bancada do PMDB, ressaltou a aprovação unânime pela Casa do Título hoje entregue, tecendo considerações acerca da presença ativa do Homenageado nos principais momentos políticos do Estado, afirmando simbolizar ele “a luta dos velhos Farroupilhas”, tendo sempre embasado suas decisões na busca da melhoria da sociedade gaúcha. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, afirmou considerar o Senhor Euclides Fagundes Filho um dos “pilares sobre os quais vai-se construindo a história da tradição rio-grandense”, sendo este Legislativo valorizado pelo Título que hoje concede a Sua Senhoria. A seguir, foi apresentado número musical pelos Senhores Neto Fagundes e Nico Fagundes. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador Pedro Ruas e o Prefeito José Fortunati a procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Titulo Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Euclides Fagundes Filho e, após, concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezenove horas e vinte e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Pedro Ruas, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Pedro Ruas, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Declaro aberta esta Sessão Solene que se destina a entregar o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Euclides Fagundes Filho - Bagre Fagundes, cujo proponente é o Ver. Pedro Ruas.

Convidamos a fazer parte da Mesa: o Sr. Prefeito Municipal em exercício, Sr. José Fortunati; o homenageado, Dr. Euclides Fagundes Filho; o representante da Secretaria de Justiça e Segurança, Cel. José Roberto Rodrigues; a esposa do homenageado, Sra. Marlene Fagundes; o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Dr. Luiz Carlos Levenzon; e o Presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, Sr. Antônio Augusto Fagundes.

Convidamos os presentes para, em pé, cantarmos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

Destacamos as presenças do Ver. Nereu D’Ávila, Líder da Bancada do PDT, do Ver. Lauro Hagemann, Líder da Bancada do PPS, do Ver. João Carlos Nedel, da Bancada do PPB, e do Ver. Sebastião Melo, da Bancada do PMDB.

Registramos a presença da Secretária e do Secretário da Cultura de nosso Município, a Secretária Margareth Moraes, em férias, e o Secretário, Sr. Ricardo Lima, na titularidade.

Com a palavra, o Ver. Pedro Ruas, falando como proponente e em nome das Bancadas do PT, do PTB, do PSB e do PFL.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras, Senhores e Secretários. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Presidente Braz, seria mais fácil referir a todos nós como amigos do Bagre Fagundes e diria, apenas, amigos e amigas do nosso Bagre. Sei que temos aqui, além do Presidente da Comunidade do Alegrete, o Vítor Borges de Melo, várias pessoas que têm, por diversos motivos, uma ligação profunda e afetuosa com o nosso homenageado no dia de hoje. São pessoas que, por motivos diferentes - alguns são parentes, alguns foram colegas de trabalho, alguns são companheiros de partido, alguns são companheiros de lutas políticas, alguns são artistas -, têm em comum esta característica: a vinculação estreita e a idéia de que, com a sua presença, Presidente Levenzon, homenagear o Bagre Fagundes para nós, na verdade, é a própria homenagem ao Rio Grande do Sul.

Eu quero, Presidente Braz, com a sua licença, fazer uma referência inicial à família mais direta do nosso homenageado. Sua esposa Marlene Fagundes, que já foi homenageada; seus filhos, que estão aqui conosco: o Euclides Fagundes Neto, conhecido no mundo artístico como Neto Fagundes; o Ernesto Fagundes, a Luciana Vilaverde Fagundes, o Paulo Brossard Vilaverde Fagundes, que são as pessoas que compõem diretamente o núcleo familiar do nosso homenageado. Nós temos também irmãos do Bagre. Na Mesa, está um deles, já mencionado também, o Dr. Antônio Augusto Fagundes, conhecido como Nico Fagundes, uma pessoa que também já recebeu esse título nesta Casa e que também integra o grupo seleto que Porto Alegre escolheu e adotou como seus filhos. Também a Flora Fagundes Ruas, irmã do homenageado, que, para a minha honra, é a minha mãe; a Zilá Fagundes da Silva, também irmã, que representa os demais irmãos, que, por um motivo ou por outro, aqui não estão; o Júlio César Fagundes, o Aldo Fagundes, o João Batista, que, de algum outro lugar, estão nos observando; o Darci Fagundes, além da Irleida, a Elida, que, por dificuldades de deslocamento, não estão aqui conosco.

Presidente Luiz Braz, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, todos sabemos que os Fagundes representam, compõem e são, na verdade, como já foi definido há muito tempo, e eu, inclusive, tenho um recorte de uma matéria de jornal nesse sentido, verdadeiros embaixadores da fronteira do Alegrete, do Rio Grande e do Brasil. E todos eles, Prefeito Fortunati, têm, na sua maneira de ser, na sua forma de se expressar, na sua comunicação com a nossa sociedade, como primeira missão representar aquilo que temos de melhor: a nossa cultura, a altivez do povo gaúcho, a nossa tradição jurídica, a nossa forma de fazer política. Os Fagundes têm esta característica, e o velho Euclides Fagundes, pai do nosso homenageado, com a Dona Mocita Fagundes, mãe do nosso homenageado, tinham o conceito de que os Fagundes deveriam ser advogados, os homens, e as mulheres, professoras. Na prática, porém, foram bem mais do que isso, todos dedicados a nossa cultura, boa parte artistas, boa parte advogados, todos engajados em causas sociais, todos com trabalho político reconhecido. É característica geral dos Fagundes, que o Bagre conseguiu sintetizar na sua forma de ser, na sua relação com o mundo.

O Bagre teve, ao longo da sua vida, atividades múltiplas. Sempre foi uma personalidade multifacetada: um homem que foi jogador de futebol profissional, presidiu o Clube Flamengo de Futebol, do Alegrete, jogador de bocha, cantor, compositor, violonista, Vereador no Alegrete, fundador do PDT no Estado. Teve, entre outras atribuições, a Direção da EPATUR, em Porto Alegre. Foi Diretor-Presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, hoje presidido pelo Antônio Augusto Fagundes. Em toda a sua vida exerceu cargos, funções, teve atividades que marcaram uma competência que não é comum, porque, no mais das vezes, as pessoas conseguem, no máximo, ter um único veio onde conseguem se expressar de forma adequada e que mereça a atenção e reconhecimento da sociedade como um todo. O Bagre não. Em todas as atividades em que se envolveu, obteve destaque. Conseguiu, ao mesmo tempo, ter destaque em atividades que, inclusive, são, muitas vezes, motivo de conflito entre si, em função do tempo, em função da dificuldade para exercê-las no mesmo período. O Bagre tem aquela capacidade de andar no Centro de Porto Alegre pilchado, com uma bombacha, alpargatas e lenço branco e, em cerca de duas horas, comparecer numa solenidade na Ordem dos Advogados do Brasil, como eu já presenciei, com terno e gravata, mostrando, ali, um trabalho importante que teve conosco, advogados e conselheiros da OAB, e, logo depois, comparecer no Clube do Comércio para jogar “snooker”. Em todas essas atividades, ele se sai muito bem. Ele pega o violão, como todos aqui já viram, num determinado lugar da Cidade. Pilchado, faz uma apresentação na Direção da OAB. À noite, pode comparecer num comício, como estava, ontem à noite, no Largo da EPATUR, e hoje recebe essa homenagem da Cidade de Porto Alegre.

São poucas as pessoas, Bagre, que conseguem ter tamanha variedade de competência. Na verdade, não conheço nenhuma além de ti. Esse tipo de característica que a personalidade do Bagre comporta, e seus filhos e amigos aqui presentes são as maiores testemunhas disso, ainda não é a que mais destaca o nosso homenageado no dia de hoje, porque, Prefeito, o Bagre Fagundes, mais do que a sua competência diversificada e mais do que sua capacidade de encantar em cada área na qual ele atua, tem, na verdade, uma generosidade e uma capacidade de ser amigo inigualável. As pessoas que conviveram com Bagre ao longo dos anos têm por ele não só admiração, mas uma profunda amizade.

Eu tenho, ao longo dos anos em que tive o prazer e o orgulho dessa convivência, observado que as pessoas, em relação ao Bagre, terminam por esquecer aquilo em que o Bagre é mais importante ou aquelas áreas em que ele consegue ter uma atuação de destaque, para ficar com a marca maior da amizade, da afetividade, daquilo que ele nos transmite como uma pessoa sempre disposta a se doar, um parceiro de todas as horas e para qualquer causa, ou seja: a causa dos amigos é a causa do Bagre. Na minha avaliação pessoal essa é a sua característica mais importante.

A sociedade o reconhece por outras características. A sociedade o admira por aquelas que já mencionei antes: o jogador de futebol, o jogador de bocha, o violonista, o compositor, o cantor, o Vereador, o fundador de partido, o homem que comanda comícios, o diretor de entidades importantes. O grupo que está aqui sabe que para nós o Bagre é, antes de mais nada e acima de tudo, um grande amigo. E essa sua característica se transfere para a nossa Cidade. Não é à toa que o Bagre teve uma aprovação por unanimidade para receber esse Título de Cidadão de Porto Alegre. A unanimidade nesta Casa - nem todos são familiarizados com o processo legislativo municipal, com o parlamento da Capital -, ela não é comum. E é natural que não seja comum; nós somos, aqui, nove bancadas. Nós representamos, Conselheiro Arnaldo, da OAB, no mínimo, nove correntes de pensamentos diferentes.

Na verdade, em relação a algumas bancadas, como a nossa, Ver. Nereu D’Ávila, dizem que somos quatro Vereadores em quatro bancadas, com quatro posições distintas dentro da mesma bancada. É uma brincadeira. Acho que isso não corresponde à realidade. Mas, de qualquer maneira, nós temos aqui quatro correntes de pensamento, diversos partidos, e as pessoas, naturalmente, têm dificuldades de ter uma mesma posição em qualquer assunto. É normal que seja assim, inclusive nos títulos, como é o caso do título que entregamos hoje. Mas aqui a aprovação do título de cidadania para o Bagre Fagundes passou e foi aprovado por unanimidade. Todos os Vereadores presentes votaram. Mais do que isso, todos auxiliaram, com destaque para o Presidente da Casa, Luiz Braz, na tramitação rápida, em caráter de urgência, para esse Projeto, pela série de compromissos que tem o Bagre, bem como a maioria dos Vereadores, que aqui estão, inclusive, em campanha eleitoral. E, se não estão em campanha pessoalmente, como candidatos, estão auxiliando algum partido ou alguma candidatura. E, obviamente, poucos projetos nesta fase conseguem uma tramitação tão rápida. Mas foi o mérito do Bagre, a sua atuação e o reconhecimento que a Cidade tem, através dos seus representantes que estão aqui nesta Casa, que fez com que tivéssemos uma tramitação tão rápida, sob o comando do Presidente Braz, e que fez com que conseguíssemos, ainda em primeiro de outubro, a dois dias do aniversário do Bagre, que é no dia três - e ele não estará conosco em Porto Alegre -, entregar esse título.

Quero dizer que tive muito orgulho em ser o proponente desta homenagem, como tive muito orgulho de ser também o proponente da homenagem ao Antônio Augusto Fagundes. Orgulho-me, da mesma forma, como todos os Vereadores, de poder, em algum momento, representar o sentimento da Cidade em algumas circunstâncias específicas, como é o caso desta homenagem, porque a Cidade de Porto Alegre, a Capital do Rio Grande do Sul é generosa e reconhecida, e ela conhece o teu trabalho. Os representantes da Cidade, legitimamente eleitos, que têm compromisso nos seus votos, nas suas manifestações, na sua atuação de representar, ao máximo possível, aquilo que a Cidade pensa, quiseram te homenagear.

Nós, no conjunto da Câmara Municipal, entendemos que nada é mais justo do que homenagear uma pessoa que dedicou a sua vida a homenagear a nossa cultura, a nossa tradição, os nossos símbolos, a nossa forma de ser, a nossa forma de ver o mundo, a forma do gaúcho, como Bagre Fagundes. A homenagem que a Cidade faz, que a Capital do Estado faz não é a primeira. O Bagre, natural de Uruguaiana, já é Cidadão de Alegrete por homenagem idêntica da Câmara Municipal de Alegrete. Recebe hoje o Título de Cidadão de Porto Alegre, que o escolhe como filho, e tenho certeza de que não será a última homenagem dessa natureza que ele receberá, porque nós sabemos que, mais do que Cidadão de Alegrete, mais do que um homem natural de Uruguaiana, mais do que o Cidadão de Porto Alegre, a partir do dia de hoje, o Bagre é um cidadão do Brasil, um cidadão do mundo. Na Argentina e no Uruguai conhecem e reconhecem o seu talento, a sua forma de fazer amigos, a sua forma de manter essas amizades, a sua lealdade às causas que abraça e, principalmente, o seu princípio fundamental de representar, com aquela altivez que nós desejamos em todos e que até exigimos em todos, a figura do gaúcho.

Já se disse, com razão, que o Bagre é, entre todos os gaúchos, sem demérito de ninguém, a pessoa que melhor simboliza o nosso tipo imaginário e ideal do gaúcho. Por isso eu tenho esse orgulho, que é pessoal, mas também de toda a nossa Casa Legislativa, de ser o proponente de uma homenagem que deveria ser o inverso: nós deveríamos ter um momento anterior de parar a Cidade e esperar que o Bagre dissesse por que iria homenagear a Capital do Rio Grande. E hoje esta Capital faz o que o Rio Grande inteiro faria, que é te homenagear, dizer que a tua presença entre nós sempre foi da maior importância, que a tua presença no Rio Grande, representado hoje pela Capital, sempre fez muita diferença e que, a partir de agora, como filho de Porto Alegre, nós te recebemos, porto-alegrenses, de braços abertos e queremos que tu sejas o que tu sempre foste: um homem do Rio Grande, um homem de Porto Alegre, um homem do Brasil, mas, acima de tudo, um gaúcho leal, um gaúcho verdadeiro, um homem de princípios, de coragem, um grande amigo. Meus parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Às vezes, nas Sessões Ordinárias aqui da Câmara Municipal, depois que o meu amigo Pedro Ruas começou a defender a candidatura para o Senado, nós brincamos, de vez em quando, e ele diz que vai exigir o seu tempo de Senador aqui, na Câmara. E hoje, Pedro, eu acho que realmente fizeste jus ao teu tempo de Senador, porque falaste, como todo Senador, em nome do Rio Grande do Sul, em nome do Estado. E, sendo você o proponente desta homenagem, abriste o espaço para que pudéssemos estar aqui, nesta tarde, homenageando essa figura que gostamos muito, que é a figura do Bagre Fagundes. Quando você estava falando em nome, também, do PTB, o meu partido, pode ter certeza absoluta de que você estava representando o Estado do Rio Grande do Sul, com as suas palavras, como um verdadeiro Senador.

O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra pelo PDT.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Amigos e amigas do nosso Bagre Fagundes, o Ver. Pedro Ruas poderia, perfeitamente, como o Presidente Luiz Braz muito bem traduziu, falar até, por nossa delegação, como Líder da Bancada, em nosso nome pessoal, porque ele é o nosso Vice-Líder e meu amigo muito fraterno. Eu fiz questão, até interrompendo a campanha em que todos nós estamos envolvidos, de vir em nome do PDT - o Ver. Pedro Ruas falou como autor - porque achei, como Líder da Bancada, que o nosso partido não poderia faltar neste momento. Também nossa homenagem ao Ver. Pedro Ruas, que é o proponente, porque achamos que ele propôs num momento de felicidade esta titulação de Cidadão de Porto Alegre.

Temos, na Câmara, dois tipos de titulação: de Cidadão Emérito e de Cidadão de Porto Alegre. E o Título de Cidadão de Porto Alegre tem que ter, além do Cidadão Emérito, pelo menos assim determina o Regimento em lei especial, há que ter serviços prestados e notórias vinculações com a Cidade, com alguns dos seus setores, ou culturais, esportivos; tem que haver notoriedade no homenageado. Então, há uma diferença bastante acentuada. E também porque o nosso homenageado, como disse o Ver. Pedro Ruas, é um símbolo para nós; ele amplia a simples homenagem pessoal. Quando este Projeto foi proposto, ele teve que entrar em Pauta por três dias para prosseguir e ser votado no Plenário. Quando ele corria Pauta, eu, pensando que não poderia estar presente por motivos que não vêm ao caso, discuti a Pauta. Como a Sessão estava sendo filmada pelo Canal 16, fiz questão de fazer uma série de referências ao homenageado, pois o Ver. Pedro Ruas não estava no Plenário. Fui aparteado por diversos Vereadores, inclusive da Bancada do PT. Todos enumeraram a série de atributos do homenageado, já se vinculando a essa homenagem do dia de hoje. Ali já estava o início desta homenagem que o Legislativo iria prestar, que é muito mais ampla do que uma homenagem circunscrita a uma personalidade. Ela busca atingir vários setores, mas eu me permito me fixar num que é, para nós, o Bagre - um símbolo. Quando o Rose enumerava os atributos do Bagre, eu me lembrava que todos nós queremos ter o nosso nome ou a nossa atividade, na nossa passagem por este mundo terrestre, em algum momento prestado algum serviço a alguma causa... E, entre todas as atividades que o Bagre atuou, ele pode estar certo, junto com o seu irmão Nico, que eles já são imortais, já podem ir para a Academia Brasileira de Letras, porque o “Canto Alegretense” é, realmente, no meu modesto entendimento, a maior figura de embaixador do Rio Grande de todos os tempos na nossa cultura gauchesca - eu não tenho dúvida -, não só pela expressividade da letra.

Quando eu era pequeno, em Soledade, meu pai era afeito à apicultura. Então, ele colecionava abelhas e eu ia junto, no mato, buscar abelhas; havia camoatim, havia uma grande, amarela, da qual eu não lembro o nome, havia mirim, abelhas silvestres. E o “Canto Alegretense” traz exatamente um nome de abelha a que muitos não são afeitos. Aliás, esse mel feito por abelhas silvestres é maravilhoso. Conta-se que o lagarto procura esse mel e, com o rabo, corta, dá um laçasso onde está o mel e chupa o rabo para sorver o mel tal a delícia. Até nisso, o camoatim, o “Canto Alegretense” traz; tubuna também. Enfim, estou querendo dizer que o Bagre não precisa de mais este título, no meu entendimento, junto com o seu irmão Nico, porque o “Canto Alegretense” é uma das coisas mais lindas feitas - não só a letra, mas a música, na sua expressividade.

É evidente a homenagem a ele. Ele é um cidadão eclético; hoje é uma pessoa representativa, popular, prestigiada na Cidade de Porto Alegre. Então, este título vem como uma luva para a sua personalidade, e nós, todos os Vereadores, queremos expressar isso.

O Bagre também representa uma família, junto com demais personalidades, que aprendi a admirar muito cedo. O primeiro Fagundes que conheci - eu, que sou advogado da Assembléia Legislativa - foi o Aldo Fagundes, quando veio do Alegrete eleito Deputado. Eu tinha acabado de entrar na Faculdade de Direito da UFRGS e ele foi Presidente da Comissão de Justiça. Ele indicava livros e muitos pareceres me ensinou a fazer. O Aldo é uma figura de retidão de caráter muito grande e professa o protestantismo. Eu estudei em colégio metodista, onde se combate o uso do fumo e do álcool. O Aristeu está aqui e também sabe disso, pois estudou no IPA. Ele foi a primeira figura que aprendi a admirar na família Fagundes. A segunda figura foi a mãe do nosso Vereador, a Dona Flora, que foi professora do Instituto de Educação, e nessa época eu namorava as meninas da escola e já sabia do brilhantismo da querida Flora, nossa amiga até hoje.

 Bagre, é toda uma trajetória que te traz até este título. Aqui está a Lícia Peres, e, como o Pedro falou como autor, eu falo em nome da Bancada do PDT, e a presença de inúmeras outras ideologias só reforça a importância do homenageado, mas, como o Bagre é militante do PDT, queremos traduzir - e a Lícia me dá esse direito de falar em nome da Executiva Regional - os parabéns por esta homenagem em justa hora. Eu sou afeito à espiritualidade e li e gravei uma frase onde diz que “a grandeza do homem não se traduz pela vida obscura, ou pela vida miserável, ou pomposa que ele possa ter”. Muitos acham que uma vida pomposa, materialmente bem-aquinhoada representa grandeza nos homens. Isso é um equívoco. Na verdade, segundo esse pensamento, que eu adoto e repito com muita insistência, a grandeza dos homens está assentada em três fundamentos: o primeiro, os atos que ele pratica; o segundo são as idéias; e o terceiro fundamento da grandeza dos homens são os sentimentos que eles comunicam aos seus semelhantes.

Eu vejo no homenageado que os atos que ele praticou e pratica são atos de fraternidade, retidão, probidade não só em relação à sua família, mas também em relação à sociedade com a qual convive. As idéias que professa são generosas, de conteúdo social, porque o nossos partidos de esquerda têm o compromisso social com os excluídos, com os menos aquinhoados da sorte. Essa é a nossa facção. Finalmente, os sentimentos que o Bagre comunica são sentimentos generosos, como disse, com muita propriedade, o Ver. Pedro Ruas, até ressaltando como a sua maior virtude que as causas dos amigos são suas causas. Evidentemente, aí estão os sentimentos que ele comunica aos seus semelhantes, que são, no mínimo, sentimentos de solidariedade humana.

Neste mundo em que vivemos hoje há crise não só social e econômica, mas crise de identidade, carência afetiva. Nós, representantes populares, que lidamos com muitas pessoas diariamente, sentimos que vivemos em solidão no meio da multidão, uma solidão pessoal, uma carência afetiva. Aquelas pessoas que se predispõem, como tu, Bagre, a dar de si para a alegria das pessoas, quer na música, quer no temperamento fronteiriço, expansivo, alegre, bonachão, isso faz com que as pessoas se sintam bem, e isso é virtude, isso é viver de dentro para fora, é expressar a beleza interna, e nisso tu és, realmente, um “doctor honoris causa”. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel fala em nome da Bancada do PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Cumprimenta os demais integrantes da Mesa.) Neto, Ernesto, Luciana e Paulinho Fagundes, filhos do nosso homenageado. Cito, ainda, embora não presente, a Marina, que é neta do homenageado, todos componentes desse imenso tesouro que possui Bagre Fagundes. Dona Zilá Fagundes da Silva, irmã do homenageado. Minha querida amiga Flora Fagundes Ruas, que, além de ser irmã do Bagre, é geradora desse imenso político, extraordinário homem público que é Pedro Ruas; demais autoridades; Srs. Vereadores; Senhoras e Senhores.

Se o “Canto Alegretense” foi um canto de amor à nossa terra levado à fruição prazerosa do Rio Grande e do Brasil inteiros, que não se cansam de aclamá-lo como uma das mais inspiradas e autênticas composições gaúchas de todos os tempos e que imortalizará seu autor Bagre Fagundes, há um outro canto, uma outra composição de igual valor que o mesmo autor ainda não converteu em música ou versos, conhecido de todos. É uma composição de vida e de amor à Capital do Estado, uma composição de estudo e de trabalho voltados à definitiva inserção desta Cidade no conjunto dos obreiros da tradição e da cultura gaúchas, uma composição, enfim, que se traduziu objetivamente na opção derradeira de aqui estabelecer o próprio domicílio e aqui concluir e arrematar a educação dos filhos. Essa composição, acima mesmo da arte, que tão bem domina, é uma composição de fé no destino e no futuro da nossa Cidade, de cujo reconhecimento Bagre Fagundes, inteligente e laboriosamente, aos poucos se fez posseiro e senhor. Essa composição, ainda sem nome, é na verdade um autêntico e verdadeiro “canto porto-alegrense”, um hino de encanto, extraído do fundo da alma por este uruguaianense de nascimento que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre agora, com justiça, homenageia.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que a Bancada do Partido Progressista Brasileiro, que me orgulho de integrar, juntamente com os dignos e honrados Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal, cumprimenta o ilustre Ver. Pedro Ruas pela iniciativa de propor a concessão do Título de Cidadão de Porto Alegre a Euclides Fagundes Filho, que esta Câmara aprovou por unanimidade.

Ao nos associarmos a esta homenagem, em representação ao povo de Porto Alegre, apresentamos a Bagre Fagundes as boas-vindas a este seleto grupo de homens e mulheres que, por seu exclusivo mérito pessoal, receberam o honroso Título de Cidadão de Porto Alegre. Parabéns, Euclides Fagundes Filho. E que nosso patrão, nosso Deus Pai, sempre nos acompanhe. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Sebastião Melo está com a palavra pela Bancada do PMDB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Familiares do homenageado, convidados. Prazerosamente, em meu nome pessoal e da Vera. Clênia, venho a esta tribuna para relatar algumas questões que eu considero de extrema importância. Primeiro, cumprimentar o Ver. Pedro Ruas pela iniciativa, de tantas que ele tem tido nesta Casa como homem sério, competente, que, em nome do povo de Porto Alegre, tem, ao longo desses três mandatos, feito muito para a nossa Cidade. Entre tantos projetos que ele tem defendido nesta Casa e títulos que tem encaminhado como autor, eu diria que este eu sublinho de forma maiúscula, pois propõe o Título de Cidadão de Porto Alegre a essa figura magnífica que é o Bagre Fagundes. E tanto é verdade que esta Casa, que representa o conjunto da Cidade, não pestanejou, em nenhum momento, quando nós estamos num momento eleitoral em que esta Casa - até, de certa forma, está um pouco esvaziada -, por se tratar da figura maiúscula do Bagre, por unanimidade aprovou, e hoje recebe, merecidamente, o Título de Cidadão de Porto Alegre.

E eu, Bagre, um goiano de nascimento e um gaúcho de coração, que me aquerenciei no Rio Grande desde 1978 e aqui constituí família, aqui me formei advogado. E aqui, quando cheguei ao Rio Grande, entre algumas figuras referenciais - mesmo antes de chegar ao Rio Grande -, estava a família Fagundes, mas, depois de chegar aqui - e eu que sou militante do velho MDB de guerra, como tu foste Vereador do velho MDB de guerra, não em Porto Alegre, mas lá no Alegrete, mas no conjunto do partido do Rio Grande do Sul -, fiz questão de vir a esta tribuna para dizer que, de todas as qualidades do Bagre aqui referenciadas por aqueles que me antecederam, na sua qualidade pessoal como desportista, como cantor, como tradicionalista, como homem que tem colaborado enormemente para a nossa cultura, tem um traço, que para mim, Bagre, é maior, que é a do ser político e, por isso, sempre defendeu os interesses coletivos. Onde está o interesse coletivo está o Bagre Fagundes, homem que foi perseguido duramente pela ditadura, dentro do seu próprio emprego - o BANRISUL -, este homem que, ao longo da sua vida, sempre esteve firme a favor da causa da justiça, democracia e dos menos favorecidos.

Então, Bagre, eu, que te conheci ao longo dessa caminhada e muito especialmente quando eu saía da Faculdade, em 1988, me lembro muito bem do movimento da abertura, liderado por Nereu Lima, quando participei da primeira campanha para a OAB, ainda sem ser diplomado pela UNISINOS. Estava lá o Bagre à frente do movimento, da abertura que buscava uma ordem transparente para os advogados. Ele buscava, acima de tudo, uma ordem para a cidadania, para o cidadão. Pois foi este Bagre que eu conheci, mais próximo que já conhecia antes, mas foi na luta de 1988, dentro da luta da OAB, que eu, como militante, não votante, não participando ainda, pois nem tinha o prazo de inscrição para participar dentro de uma chapa da Ordem, mas a favor de uma causa, e nesta causa, que considero uma das mais nobres do Rio Grande do Sul, estava esse cidadão, entre tantas causas por que ele tem lutado ao longo da sua vida.

Por isso, parabéns, Porto Alegre, por tê-lo acolhido e hoje, através dos seus representantes, conceder-lhe aquilo que há de maior, que é o Título de Cidadão. Eu diria aos convidados, amigos e familiares que o Bagre é um livro vivo do Rio Grande do Sul, da nossa história mais digna, mais honrada, de alguém que é gaúcho por adoção, de alguém que se devota a essa terra e vive o seu dia-a-dia, que tem orgulho de ser gaúcho, deste povo altaneiro, deste povo de Sepé Tiaraju, que tem história, tem garra. Pois tu simbolizas, mais do que ninguém, a luta dos velhos Farroupilhas, a luta do gaúcho bravo que sabe o que quer, que tem tradição. O amigo Bagre Fagundes representa esse simbolismo do gaúcho. Então, acrescidas às questões pessoais que aqui foram referenciadas pelos que me antecederam, fico, fundamentalmente, com a figura coletiva, política, do homem que sempre olhou o social, sempre combateu as injustiças neste País e os privilégios em favor da causa dos mais pobres, dos humildes, como aqueles que entendo que os homens públicos têm que defender. Parabéns a Porto Alegre, aos familiares, aos filhos. E parabéns, Bagre Fagundes! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar o recebimento de um telegrama do Prefeito Municipal de Santana do Livramento, Sr. Glênio Lemos, e do e-mail de Isnar Ruas, da Internet Comunicação Social.

Com a palavra, o Ver. Lauro Hagemann pelo PPS.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Prezado Dr. Fagundes Filho e Dona Marlene, nossos homenageados; Srs. Vereadores; Srs. Secretários; amigos do Bagre Fagundes. Tenho uma razão muito forte para estar aqui nesta tribuna homenageando o Bagre: o clã dos Fagundes está em festa e me orgulho de ser um fraterno amigo do clã dos Fagundes. Vários deles, dos mais variados setores, fazem parte desta relação: o Aldo, do antigo MDB, no campo político; o Antônio Augusto, da antiga Divisão de Cultura; o Pedro Ruas, que é Fagundes, aqui nesta Casa; a Flora; mas, principalmente, outro que já não está mais entre nós, o Darcy, que foi meu colega na Rádio Farroupilha, que ajudou a mim e a outros a construir o Sindicato dos Radialistas.

Então, neste vasto campo de atividades, onde conheci várias personalidades, insiro mais uma, que é a do Bagre, agora Cidadão de Porto Alegre. O Bagre ficava lá, no Alegrete, disperso dos restantes dos Fagundes que viviam aqui por Porto Alegre, com quem eu me dava. Eu já ouvia falar no Bagre Fagundes naquele tempo da Rádio Farroupilha, no tempo do “Rodeio Coringa”, que o Darcy, com o Paixão Cortes, conduziam.

Quando daqui a algum tempo se escrever a história da tradição gaúcha, quando aflorarem as composições que deram sustentação a esse movimento, certamente os pósteros vão ouvir falar de Bagre Fagundes, assim como de Darcy Fagundes, de Paixão Cortes, de Barbosa Lessa, de Antônio Augusto Fagundes, porque sobre esses pilares vai-se construindo a história da tradição rio-grandense nos dias que correm para que seja transmitida aos que virão depois de nós e que, provavelmente, não terão mais o mesmo ambiente, a mesma ilustração que hoje temos.

Por isso, caro Bagre Fagundes, a constelação dos cidadãos de Porto Alegre se engrandece com a inclusão do teu nome. É mais um cidadão prestante que faz parte dessa confraria, e é justo que a Câmara Municipal de Porto Alegre, por iniciativa do Pedro Fagundes Ruas, promova essa inclusão. A constelação dos cidadãos não estaria completa se o Bagre Fagundes não estivesse nesse meio. A Cidade espera que o Bagre Fagundes ainda viva muito tempo e contribua mais do que já contribuiu para o engrandecimento da nossa história, da nossa convivência cívica, política e, sobretudo, cultural. Parabéns, Bagre Fagundes, novo Cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Claro que onde está presente a família Fagundes temos presente a arte, a alegria. E a reunião da família Fagundes geralmente se dá por motivo de festa. E hoje estamos aqui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, com motivo de festa, entregando este título ao Bagre Fagundes e, por isso mesmo, no roteiro normal desta Sessão, temos a apresentação dos filhos do homenageado, que vão interpretar o “Canto Alegretense”. (Palmas.)

 

O SR. NETO FAGUNDES: Aproveitando a presença do Jorginho do Trompete, que é um irmão da nossa família, eu gostaria de convidar o Tio Nico, que é o autor da letra do “Canto Alegretense”, para que fizesse, junto conosco, um canto de amor para o Alegrete, um canto de amor para Bagre Fagundes.

 

(É feita a apresentação.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver. Pedro Ruas, Vereador proponente desta homenagem, para fazer a entrega do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Euclides Fagundes Filho - o Bagre Fagundes.

 

(É feita a entrega do Título.) (Palmas.)

 

O Sr. Euclides Fagundes Filho recebe também o Diploma e a Medalha das mãos do Sr. Prefeito Municipal, José Fortunati.

 

(É feita a entrega do Diploma e da Medalha.) (Palmas.)

 

Tivemos o orgulho de termos os filhos do nosso homenageado, grandes artistas, cantando essa música tão linda, realmente um grande símbolo que temos na cultura do Rio Grande do Sul.

Está com a palavra o nosso homenageado, Dr. Euclides Fagundes Filho.

 

O SR. EUCLIDES FAGUNDES FILHO: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz, meu amigo e companheiro de tantas jornadas; meu prezadíssimo amigo Prefeito José Fortunati; preclaro Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, grande parceiro, grande amigo, Dr. Luiz Carlos Levenzon; Cel. Medeiros, representando neste ato o Sr. Secretário de Segurança e Justiça; o Dr. Antônio Augusto Fagundes, Presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore; Srs. Vereadores, meus familiares, que saúdo na figura da minha companheira, da minha mulher, da minha patroa, Profa. Marlene Fagundes.

A vida sempre tem aqueles aspectos mais lindos e de maior felicidade e sempre tem aqueles momentos de extrema infelicidade. Isso é uma realidade da nossa vida. Eu, como qualquer mortal, também já tive momentos de extrema infelicidade e momentos de magnífica felicidade. Seria até dispensável dizer que este momento que estou vivendo agora está arrolado nos momentos de maior felicidade que já vivi.

Quando escolhi a minha namorada há muitos anos, eu era pouco mais do que um menino e ela era uma guriazota ginasiana. Sabia que aquele era um momento de felicidade pessoal muito grande. Tinha absoluta certeza disso. Quando nasceram os nossos filhos - desde o primeiro, o Neto, depois o Ernesto, depois a Luciana, depois o Paulinho -, foram momentos de extraordinária felicidade. Sem demérito aos demais, vou caracterizar apenas o primeiro. Eu cheguei em casa para comunicar o fato ao velho Euclides, meu pai, e disse a ele: “Estamos de cria nova, pai.” Ele me olhou e perguntou: “É macho?” Não sei por que os velhos da Campanha sempre torcem para que o primeiro filho seja macho, um homem; talvez porque eles tenham um conhecimento superior de que em uma circunstância qualquer um homem continue comandando a família. É a posição dos homens da fronteira. Eu respondi que meu filho era macho. Ele me perguntou, com a cara fechada: “Como vai se chamar a criança?” Eu falei: “Pai, essa é uma pergunta absolutamente desnecessária. Esse nome está reservado para mim pelos meus irmãos mais velhos, pelo Darci, pelo Aldo, pelo Nico, pelo João e até pelo mais novo, pelo Júlio César. Todos reservaram esse nome para mim. Ele vai se chamar Euclides Fagundes Neto - o teu nome. Esta é a mais pálida homenagem que eu posso te fazer: é colocar no meu primeiro filho o teu nome, pelo valor que tu tens, pelo que tu representas em termos de liderança no nosso ‘grande’ grupo familiar.” Disse “grande” naturalmente me referindo a número. Momentos muito felizes.

Quando assassinaram o comandante Guevara, na Bolívia, em 1967, a minha mulher também estava esperando filho e eu tinha o palpite que seria outro homem. E era mesmo um homem. Um pequeno grande homem. O meu segundo filho. Eu cheguei em casa e conversei com a minha mulher. Disse a ela que o nosso filho iria se chamar Ernesto em homenagem ao líder revolucionário assassinado na selva da Bolívia. Lembro-me que o Nico, com essa capacidade extraordinária e inteligência também extraordinária que Deus lhe deu, escreveu uns versos para o Ernesto e para o Bruno, que era o outro sobrinho que estava nascendo, do casal João Batista e Irene, lá pelo Rio de Janeiro, onde andava o nosso irmão João Batista. Mas uma parte dos versos que o Nico escreveu para o Ernesto eu não esqueci. Diz assim: “No píncaro boliviano não faltará, Vargem Grande, outro Ernesto que comande o porvir americano. Porque em lugar do cubano, que se mata e não se vence, porque a si não mais pertence, mas à América, e a glória hão de honrar-lhe o nome e a história, o Ernesto alegretense.” Foi assim saudado quando nasceu o nosso filho, o Ernesto.

Uma canção muito bonita venceu um festival, em São Paulo, se não me falha a memória, quando nasceu a nossa filha. Outro momento de grande felicidade. O nosso casal, que já tinha dois guris, dois machos - como dizia o velho -, agora se engalanava para receber uma prendinha, uma menina. E essa canção se chamava “Luciana”, uma canção muito bonita. “Nasceu na cor de um beija-flor...” - por aí vai a canção. E nós, dessa vez em conjunto, coisa rara de acontecer lá em casa, porque normalmente a gente tem um tipo de democracia que não cabe aqui analisar, a minha mulher escolheu o nome da nossa filha, e é a Luciana, nossa terceira filha, nossa querida Luciana.

Em 1974 se filia no Rio Grande uma disputa eleitoral das mais acirradas. Dominava em todo o País um regime discricionário, como dizia o Aldo, na sua fina educação, ou a ditadura militar, como dizia eu na minha irreverência, e fazíamos a campanha ao Senado do Dr. Paulo Brossard de Souza Pinto. Era o nosso candidato. Um maragato era o nosso candidato; dos Fagundes de lenço branco. E era, também, o candidato da maioria dos rio-grandenses, como depois se viu.

Eu representava o Aldo em um comício em Cruz Alta e me surpreendi quando falava, pois houve um extraordinário aplauso daquela praça lotada; não tinha dito nada de grande efeito, uma frase que pudesse ter motivado tanto aplauso, mas não era por outro motivo senão pela subida ao palanque do nosso futuro Senador, o então Professor Paulo Brossard de Souza Pinto. Logo me dei conta disso, é claro. Tendo em vista que eu estava falando quando ele chegou, e talvez por isso, ele me convidou para jantarmos juntos. Tinha um monte de gente, porque partido político, quando vai ganhar as eleições, tem sempre muita gente. Isso é antigo como andar a pé, como diziam lá no Inhanduí. Nós conversávamos e eu disse para o Ministro, Deputado, Senador, Secretário - o Dr. Paulo Brossard tem tanto título, que a gente se perde no tratamento, e eu prefiro tratá-lo por Dr. Paulo. Ontem, ou anteontem eu conversei com ele. Mas eu disse: “Senador.” - “Professor”, disse ele, me corrigindo. Eu disse: “Senador, se o senhor não ganhar esta eleição, eu saio daqui de Cruz Alta e vou nu até o Peru, até Lima no Peru.” Eu sabia, tinha certeza de que aquela campanha maravilhosamente conduzida haveria de resultar vitoriosa, como de fato aconteceu. Digo: “O meu filho vai se chamar Paulo Brossard”. “Paulo Brossard?” - disse ele. Ele, na minha frente, nós jantando. “Paulo Brossard?” Eu disse: “Sim, Paulo Brossard”. “O senhor é maragato?” - ele perguntou.  Eu disse: “Não, sou chimango de crença e branco por afeição, mas se vejo colorado num corpo bem delicado, nem tenho mais opinião”. “O senhor é chimango?” “Sou chimango.” “E vai me homenagear?” “Sim, vou homenagear, pois o senhor é o nosso Senador”. “Beleza, maravilha” - disse ele.

Ah, fiz uma exigência: “Só tenho uma exigência: o senhor deve ganhar esta eleição por meio milhão de votos de diferença. Quinhentos mil votos de diferença”. Aí diz ele, com aquela fleuma britânica: “O senhor, na verdade, não quer me homenagear.” Eu disse: “Ao contrário, Senador, eu quero homenageá-lo, e vou homenageá-lo. Só não o farei se nascer outra filha, mas, se nascer um filho, ele se chamará Paulo Brossard.” Tudo bem. Feriu-se o pleito. Vitória extraordinária do Brossard, se não me falha a memória, por quatrocentos e oitenta mil votos de diferença, ou meio milhão de votos de diferença, do Ministro Nestor Jost, que disputava pela ARENA aquelas eleições. Andou por aí a diferença.

Saí imediatamente do hospital e fui registrar, porque eu sabia o que vinha pela frente. Passei no cartório, e o escrivão chamava-se Antônio Porcelli e era nosso adversário político - tudo isso no Alegrete, é claro. Fui, então, registrar; peguei duas testemunhas ali na praça mesmo, entrei e disse: “Vim registrar o meu quarto filho.” “Como se chama?” Eu digo: “Paulo Brossard Vilaverde Fagundes”. Ele disse: “Paulo Brossard? Não pode.” “Mas como não pode? É o nome que escolhi, aliás, em conjunto com a minha senhora” - essa foi a única parte em que menti para ele -; “é nome feio? Como não posso registrar? É claro que posso.” Eu já estava formado. Havia-me formado em dezembro e o Paulinho nasceu em janeiro de 1975. Eu tinha me formado em dezembro de 1974. Eu dizia: “Eu posso e vou registrar e, se tu não quiseres aceitar o registro, eu peticiono e o Magistrado vai mandar tu registrar.” Tendo em vista esta argumentação bem educada que fiz, ele registrou Paulo Brossard.

Chego eu com a certidão na mão para levar ao conhecimento do meu pai e da minha mãe o nome da criança. Ele diz: “Como é o nome do guri?” “O nome do guri é Paulo Brossard Vilaverde Fagundes.” Ele diz: “Paulo Brossard? O líder maragato?” Eu disse: “O nosso líder pai. O nosso Senador, o teu Senador, o meu Senador, o Senador dos Fagundes, o Senador do Rio Grande, o Senador da esperança.” Disse mais: fiz um discurso, ali, para ver se engambelava o velho para ele aceitar. Eu disse: “Mas pai, não tem mais essa história de maragato e de chimango; de onde é que tu tiraste isso, pai? Tu estás em 1923 e nós estamos em 1975. O homem é o nosso galo, o nosso líder.” “Bom, está bem. Já está registrado?” Eu disse: “Já. Agora não adianta chiar porque já está registrado. Fala com a Mocita, aí.”

Quem conheceu o regime democrático lá de casa sabia que a palavra do velho não era lei: estava acima da lei. Então, se ele concordou, acabou. A Mocita irá, naturalmente, concordar, mas ainda me fez um questionamento sobre a questão do maragato. “Mas eu já falei com o pai, mãe!” “Está bem. Se já falou com o pai, está certo.”

Fomos, e eu estou aqui com a minha mulher, graças a Deus, gorda e linda, e sã de lombo, bem tratada, amada, e eu saio com a minha mulher para escolher os padrinhos. Fazia anos que um grande amigo, Dr. Romário Oliveira, queria ser meu padrinho, desde que nasceu o Neto. E nós fomos. Outra bronca com relação ao nome! O Romário chegou a dizer - e eu invoco o testemunho da Marlene -: “Com esse nome eu não batizo!” Eu digo: “Bueno, eu cumpri a minha obrigação; eu queria te dedicar um dos meus filhos, queria que ele fosse teu afilhado, mas se tu não queres batizar...” E aí entrou a Elza, a mulher dele, e disse: “Mas como que tu não vais querer. Além de querer batizar o filho do outro, ainda quer escolher o nome do filho? Tu estás ficando louco? Tu não votaste nele?” - “Votei”. - “Não é um homem de bem?” - “É um homem de bem.” - “Merece a homenagem?” - “Até que merece, mas é um maragato!” - “Mas que maragato, que nada” - e começa aquela história de novo.

Convenci o Romário. Fomos para o batizado da criança na igreja Metodista Central do Alegrete, presente, inclusive, o próprio Senador Paulo Brossard, que assistia à escola dominical ministrada pelo Dr. Dorval Bráulio Marques, um uruguaianense que estava há bastante tempo radicado no Alegrete e que viria, em 1976, a se eleger Vereador na mesma legislatura em que eu me elegi e que acabou sendo, posteriormente, Deputado Estadual Constituinte - grande parceiro e amigo.

Fomos para o batismo. Preparativos, raminhos, água, os padrinhos, o pai, a mãe e a criança - o cabeludo que está aí atrás. E o Reverendo diz: “Paulo, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” E a comadre Nilda corrigiu: “Reverendo, o nome da criança é Paulo Brossard.” E o Reverendo olhou sério para nós, como que claramente discordando com o nome, e disse, incrivelmente, repetindo: “Paulo, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Eu dei uma olhadinha para a patroa, a patroa me olhou; não pudemos brigar com o Reverendo.

Estou contando essas histórias para vocês porque esse é o tipo que vocês conhecem, esse é o Bagre Fagundes que vocês conhecem. Poderia, protocolarmente, ter preparado um discurso, que, aliás, manda a lógica de uma cerimônia dessas. Mas já estou até feliz de não tê-lo feito, depois dos pronunciamentos dos Vereadores, meus amigos e parceiros, que me encheram de orgulho, da presença de queridas amigas minhas, autoridades, a presença do Líder da Comunidade do Alegrete, Presidente Vítor Borges de Melo. Depois de todas essas manifestações, eu me lembrei de apenas alguma coisa a mais: quando apresentei ao Maestro Gil de Rocca Sales, que queria para apresentar nas orquestras e corais o “Canto Alegretense”, ele fez tanto arranjo no “Canto Alegretense” que achei que ele iria me pedir parceria, porque ele não sabia que eu tinha feito esse canto numa acordeona de quatro baixos e dez teclas. Em cima disso, o talento do Gil de Rocca Salles produziu maravilhas. Ele passou por acordes - para mim, um “bico musical”, como diz o Paulinho. Para o Paulinho e o Jorginho, quem não toca música na pauta é “bico”, porque eles tocam na pauta. Eu sou um “bico”. Para um “bico” como eu, não acreditei que tinha feito aquilo ali. Eu tinha feito aquilo na simplicidade de uma acordeona de dez teclas e quatro baixos. Por que eu digo isso? Porque eu recebo este título do mais alto galardão que já recebi até hoje em minha vida. O autor, nobre Ver. Pedro Ruas, peguei no colo, há muitos anos, e é o orgulho da nossa família. Hoje ele é o único Fagundes com mandato popular, embora todos nós, fora o Aldo, por motivos profissionais, sejamos políticos sem mandato. O Pedro Luiz Fagundes Ruas é o único Fagundes que tem mandato popular.

Que coisa linda é o mandato popular! Como é difícil conquistá-lo. Eles, que nunca concorreram, não sabem, mas, muitas vezes, o sujeito tem que estuprar uma boca de urna para meter um voto dentro. E os políticos, às vezes, são criticados por imbecis políticos que se julgam sabedores de tudo. A classe política não é respeitada no seu devido valor. Muitas vezes o próprio parlamento é criticado por quem não sabe a verdadeira necessidade que a democracia tem. Está ali escrito, na Assembléia do Estado: “Povo sem parlamento é um povo escravo”.

A minha homenagem ao Pedro Ruas. Não vou dizer o meu agradecimento, porque esta é uma palavra muito pequena para a grande alegria que ele me trouxe na proposta deste título. As Sras. e Srs. Vereadores que o aprovaram também me encheram de orgulho e de alegria, e um dos momentos mais felizes da minha vida é este que estou vivendo agora.

Mas dizia e comparava com a questão do “Canto Alegretense” para acrescentar que os oradores disseram tanta coisa a meu respeito, que, sinceramente, ou eles são muito bons de conversa ou eu não sabia que era tudo isso. Agora, verdadeiramente, se sou o que disse Sebastião, Nereu, Nedel, Lauro e Pedro, também o que disseram, na votação, outros Vereadores de todas as nove bancadas... E sou um político-partidário, militante, ativista. Portanto, seria natural que uma ou outra facção tivesse questiúnculas naturais comigo, por que não? Não sou dólar, nem libra esterlina. Sou um homem comum do povo, que milito de acordo com minhas idéias. Vejo o Ver. João Motta, que cumprimento com grande respeito, que nos dá o prazer da sua chegada. Então, faço o que me dita a minha consciência política e cívica. Os adversários de hoje, sei muito bem, podem ser os companheiros de amanhã. Então, nós que fazemos política temos que ter presente esta máxima, porque ela é absolutamente certa, correta e absoluta. Sabemos que há muita gente que é nosso correligionário hoje, mas que não tem pensamento nenhum parecido com nossas posições ideológicas, filosóficas, políticas ou partidárias, e há muitos adversários que têm essa certa sintonia de relacionamento.

Dizia que fazia esta comparação: nem achava que o “Canto Alegretense” tinha tudo aquilo que o maestro me provou que tem e nem que eu tinha as qualidades que os nobres Vereadores, generosamente, fizeram referência desta tribuna. De qualquer forma, Sr. Presidente, registro com carinho a presença forçada, porque têm horário para viajar, dos meus quatro filhos, que fizeram questão de estar aqui, pessoalmente, e agradecer a esta augusta Casa a insigne honra que me concede com o Título de Cidadão de Porto Alegre.

Eu amo Porto Alegre. Passei a amar Porto Alegre depois que o Neto e o Ernesto se apaixonaram por esta Capital. Quem sabe se daqui a alguns anos, quando já tiverem o cabelo branco, ou pouco cabelo como eu, eles também venham a receber esse título. Não é uma proposta, pois não sou Vereador e não posso propor nada, mas eles haverão de trabalhar, cada vez mais, por esta Capital; haverão de amar esta terra que há poucos dias foi divulgado como sendo o melhor lugar para se viver. Se é o melhor lugar para se viver, com o que eu concordo, mas alguns não, no que têm o seu direito, eu não sei, mas é o melhor lugar para se amar. É uma terra de amor esta nossa Porto Alegre dos Casais, a Capital do Estado do Rio Grande do Sul.

Eu vou levar com orgulho esse diploma, levantá-lo bem alto e dizer que eu nasci uruguaianense, que na passagem pelo Alegrete recebi o Título de Cidadão Alegretense, mas que agora eu sou porto-alegrense, um Cidadão de Porto Alegre. Inclusive, amanhã viajo ao Alegrete e será a última eleição em que votarei lá, pois nas próximas eu quero participar da minha sociedade porto-alegrense, da minha Cidade de Porto Alegre, da terra que escolhi para terminar os meus anos, com a gratidão enorme que levo pela consideração desta Casa em grande distinção. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Depois de ouvirmos o Bagre Fagundes, da tribuna da nossa Câmara Municipal, nós nos orgulhamos mais ainda de estar aqui nesta Casa como representantes da sociedade, porque o Bagre trouxe realmente imagens que valorizam muito este Legislativo. Para nós e para toda a sociedade, o grande acerto deste momento é quando estamos fazendo este reconhecimento a esta figura simbólica de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Este título extrapola a sua dimensão. Vai além. Acredito que ele esteja, neste instante, representando a vontade do povo do Rio Grande do Sul de prestar esta homenagem ao Bagre Fagundes por tudo que ele representa ao Rio Grande do Sul.

 Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

(Encerra-se a Sessão às 19h21min.)

 

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